Faleceu na madrugada desta segunda-feira Wilson Fittipaldi, o “Barão”, aos 92 anos de idade.
Certa vez o “Barão” decidiu transmitir através da Rádio Panamericana a emoção que um piloto sente na pista, dividindo curvas e vencendo retas com os olhos no retrovisor.
Buenas. Era uma corrida de moto – 24 Horas do ano de 1965 – e o “Barão” amarrou todo o seu equipamento numa BMW 600cc. Ao assumir a moto o sr. Wilson Fittipaldi logo sentiu a fria em que se metera – aquilo era muito pesado e impossibilitava a pilotagem. Dane-se o trabalho, pois. Em poucas voltas o “Barão” voava na pista enquanto o seu equipamento de rádio aguardava nos boxes da equipe BMW.
Nessa corrida o “Barão” se acidentaria e não teria sucesso. Mas o processo que ele havia iniciado no final da década de 40 já estava bem encaminhado e prestes a dar grandes frutos. Após retornar da Europa, onde transmitiu o GP de Bari – acelera Chico Landi! – também pela Rádio Panamericana, passou a incentivar o automobilismo em solo brasileiro.
O que aconteceu nos anos 50 e 60 é bem conhecido: Interlagos ganhou corpo, as Mil Milhas se transformaram na prova mais tradicional do calendário, surgiria a CBA, dinheiro, patrocinadores, visibilidade e toda uma geração de pilotos. Entre estes nomes, Emerson e Wilsinho, filhos do “Barão”.
Missão cumprida.
Que os dirigentes não-tão-nobres do nosso automobilismo retomem logo o caminhado ensinado, para não ficarmos cada vez mais olhando para o retrovisor em plena reta.
Foto retirada do site http://sergiomattar.com/
Fonte: Oricchio, Livio. Mil Milhas Brasileiras – 50 anos.
Valeu mesmo!