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Um COVID à reflexão

Olá.

Como estão todos? Eu sei que faz tempo.

Peço perdão.

Não venho aqui têm muitos anos. Encarava esse blog como um marco em uma fase da minha vida que havia se encerrado. Por muito tempo esse espaço foi ideal para eu ocupar meu tempo livre. Aqui matei uma vontade que sentia de escrever sobre tudo o que gostava, sem freios, enquanto pensava qual profissão eu deveria seguir, o que estudar, o que fazer da minha vida.  Chegou uma faculdade, o tempo diminui. Vieram empregos, eu mudei, todos nós mudamos. Eu não sabia mais nem como logar na plataforma desse blog.

Durante várias vezes eu me deparei com algo que me fazia parar e pensar: “putz, isso daria um pu** texto legal para aquele blog”. Também pensei isso em momentos tristes. Destes momentos, bons e ruins, eu posso citar a passagem do saudoso Dú Cardim e do David Bowie; da falta de pilotos brasileiros na Fórmula 1; do Tri da Libertadores conquistado pelo Grêmio; de ter assistido o David Gilmour ao vivo; sobre as mudanças que a tecnologia está causando nas mídias e no modo como consumimos informação; no risco que rapidamente percebi do uso do whatsapp como fonte de notícias por quem mal lê um jornal; no presidente Obama ser seguido por um político antagônico de discurso abjeto; de nós termos aceitado e chancelado Bolsonaro à frente de nossa República…. Porém, não. Nunca. Nunca, me animei a escrever sobre nada disso.

Mas algo grande aconteceu. E em ritmo acelerado. Estamos numa luta contra uma doença agressiva que destrói os nossos pulmões. Começa como uma dor, uma febre. Perde-se o olfato e o paladar. Rapidamente estamos num estágio crítico de pneumonia onde ou morremos ou possivelmente resultamos num dano pulmonar para a vida toda. E esse vírus, contemporâneo aos tempos de “aldeia global”, se espalha nas rotas aéreas, encontra campo fértil em aglomerados humanos, se alimenta de humanos aglomerados.

Ao longo da minha vida eu experimentei poucos assuntos que terão relevância histórica, que serão lembrados e discutidos em épocas futuras. Guerra do Golfo? Talvez. 11 de setembro? Certamente. Primavera Árabe? Já não tenho certeza. A crise global causada pelo coronavirus e suas consequências? Certeza absoluta.

A nossa vida não voltará mais a ser como foi em 2019 ou 2018. Ficaremos um tempo escravos do uso de máscaras, tocaremos menos as pessoas e faremos mais atividades usando tecnologia em espaços separados. Por um tempo não teremos nenhuma paz em ambientes cheios de vida humana. Precisamos aceitar isso. Precisamos passar por isso. E como estamos iniciando essa passagem? Eu não consigo entender o caminho que optamos para iniciar isso.

Eu seria extremamente omisso se não colocasse aqui poucas palavras aflitas e reflexivas, ainda mais em tempos de reclusão necessária para não participar do efeito cascata da proliferação desse mal. O nosso pobre país deve ter uma segunda metade de abril com muitas perdas. E a nossa postura hoje pode diminuir um possível futuro sofrimento em muitos que nos rodeiam. Como nos portamos diante disso? Eu não consigo entender o modo como nós nos portamos.

Me assusta que o brasileiro, em geral, prefira embarcar em qualquer solução fácil ao ato de esticar o pescoço e perceber, observar e aceitar o que ocorre mundo afora. Olhando o mundo ocidental, próximo culturalmente de nós, temos a Itália com um trauma da seguida perda de muitas vidas, a Espanha com o mesmo trauma da perda de muitas vidas, temos Nova York com o trauma decorrente da perda diária de muitas vidas. É repetitivo e cruelmente didático. Olhando a reação desses países para com a postura brasileira, temos essa Itália pedindo para que os seus saíam imediatamente do Brasil, aquela Espanha pedindo para os seus saírem imediatamente desse Brasil, os Estados Unidos pedindo para que os seus também saíam imediatamente do mesmo Brasil. É, novamente, repetitivo e didático. E como recebemos esses fatos? E eu não consigo entender como abrandamos tudo isso.

Posso sair apontado o dedo. Posso sair nominando personagens e atos. Posso fazer parágrafos criticando esse grenal político recente que draga toda e qualquer discussão, em todo e qualquer contexto. Poderia tentar expor o analfabetismo funcional e a preguiça que tanta relevância dá para o que é lido nos grupos de aplicativos, aplicativos que nasceram para “oi tchau tudo bem não se esqueça…”, mas são usados para “…estão te enganando é um complô é tudo mentira tenha medo dessa conspiração não vote hein veja aqui como tudo isso é invenção da mídia…”. Mas quem daria ouvidos?

Eu não entendo. Eu não consigo entender como nós nos achamos tão especiais e blindados. Como cremos que nunca ninguém que amamos pode vir a ser eliminado das nossas vidas.

Cuidem de si. Cuidem dos seus. Fiquem resguardados. Usem máscaras. Nós não somos nada especiais. O mundo mudou.

E se pudéssemos voltar aos nossos anos dourados? Renascer?

E se, ao fazê-lo na época em que vivemos, mantivéssemos em mente as nossas lembranças, experiências de vida, erros, acertos e aprendizados?

Poderia ser o fim definitivo de uma das maiores mentiras da humanidade, um dos maiores refúgios que a nossa espécie já criou: No meu tempo é que era bom!

Medicina, ciência, tecnologia, distâncias, informações, conhecimentos, traumas, costumes… Poderíamos perceber que somos produto de um determinado contexto, um tempo nem melhor nem pior que, noves fora os avanços humanos naturais, é apenas diferente. Que somos moldados por experiências ao longo de complicada caminhada que, volta e meia, é interrompida para uma olhadela ao redor e aquela reflexão cansada sobre como nos são saudosos os nossos primeiros passos. Um refúgio. Tão bem construído que aqueles que hoje são jovens repetirão a mesma frase em alguns anos. No meu tempo é que era bom!

E se nós pudéssemos voltar aos nossos anos dourados? Renascer?

Bem, as roupas seriam certamente diferentes.

simca

 

O amarelho voltou ao abrigo com cara de poucos amigos, exausto, todo descompassado. Ainda tonto pelo enorme sol que encontrara, olhou para os diversos companheiros inquietos e também cansados, observando a tudo desalentado.

Verde e roxo, quase sumidos, aproveitavam suas últimas horas de vida útil jogando forca após enfrentarem uma ave exótica. Enquanto tentavam esquecer a dura jornada, ouviam o marrom espalhando as últimas novidades do lugar: “O laranja dedurou a chegada de um suposto novo conjunto na gaveta, coisa fina, rosa púrpura é 4B parece(…)”.

O vermelho, muito impaciente e cheio de ideias, subiu em um resto esquecido de borracha e passou a bradar fortemente, completamente inspirado pelo Manifesto Cartunista ao qual vinha fazendo marcações: “Camaradas, essa opressão tem que terminar! Gastamos nossa energias para colorir o jardim dos outros! Fomos afastados do campo para nos desgastarmos até o fim aqui na cidade! Camaradas, só temos nossa cor para vender! Uma revolução se faz necessária!”

O azul, do outro canto, respondia igualmente aos gritos: “Colaboradores! Precisamos fazer o sistema funcionar, ele deve se reproduzir! A mão-nada-invisível deve nos utilizar até o nosso esgotamento para que então um novo conjunto seja aberto e passe também a colorir!”

Branco, nunca utilizado, fazia um ar blasé de quem nada compreendia – olhava fixamente para o competente apontador metálico enquanto tomava seu anti-depressivo com risco de tinta nanquim. E o cor-de-pele, causando ainda mais alvoroço na cena descrita, tentava organizar uma marcha para conscientizar a todos da herança racista que carrega…

…e o amarelo coitado, ainda tonto, a tudo olhava e apenas pensava: “maldita seja essa interminável moda dos livros de colorir!”

pencils

Vai ter Copa

Charge genial de um jornal dinamarquês

dinamarques

LesMisBarricade

Pedro transformou-se em Pierre. E, apesar da torrente de suor que descia pela testa, viu-se atento, esguio e ágil, empreendendo forte luta armada. À semelhança do que seria um perfeito sans-culotte, trajes rotos e empoeirados, ele corria entre homens exaustos tendo em sua cabeça – realçado pelas chamas que atingiam um dos flancos da Grande Barricada – um típico barrete avermelhado.

Eau! Couvertures! Sand! Gritos de comando eram lançados aos montes atrás do imponente colosso, barreira com engenharia aperfeiçoada no passado recente em que os seus construtores eram amotinados fervorosos incendiando Paris. Barricada erguida rapidamente como parte de uma série de bloqueios criados para impedir o acesso à Assembleia Nacional e proteger a massa de Guardas Nacionais e de vários outros miseráveis que, no momento, apagavam os focos de incêndio e reforçavam as estruturas – homens que defendiam apaixonadamente as grandes conquistas populares dos anos anteriores, soltando na atmosfera a fé de que se repetisse a mesma eficiência que outrora transformou os bairros parisienses em espaços fechados de resistência. Ah! Aquela Revolução! …desses eventos que resultam em ruptura, mudança de rumo – por vezes são ruins, mas aquela foi boa!

Vindo ao encontro de toda essa massa, os invasores. Pedro, ardendo em febre, se contorce na cama sob forte delírio. O suor agora banha as roupas e chega aos punhos que se cerram. Em direção da Grande Barricada que uns tantos Pierres defendem – como uma torre cruzando a linha de um tabuleiro de xadrez imaginário erguido em plena Champs-Elysées – a Bastilha em escombros marcha sedenta de vingança. Sua torre surge no outro lado da murada, e apenas ela impede o passado odiado de desconstruir a nova ordem. E a resistência delirante fraqueja no primeiro golpe da Bastilha ao paredão, que recebe o improvisado reforço ombro-a-ombro de seus defensores.

E a odiosa instituição, já derrubada, sem poder, sem prisões, sem vigias ou paióis carregados, busca reaver o antigo espaço através de diversos golpes que se repetem teimosos… E o delírio ganha ares anacrônicos: outros chegam para somar ao cerco, formando um bloco desejoso em tomar de assalto as conquistas de tantos outros Pierres. E um rei do Antigo Regime, seguido de seus fiéis aristocratas, empurra a Bastilha em direção à Grande Barricada; e atrás desses aristocratas um Diretório corrupto faz sua parcela de força contrarrevolucionária, seguido de um Bonaparte derrotado e humilhado com seu exército imaginário dentro de um chaveiro de Santa Helena; e a Inglaterra imperial passa a colocar suas chaminés acinzentadas e suas máquinas a vapor ao trabalho, também para derrubar a Grande Barricada; e os burocratas perfeitos de Hannah Arendt se juntam a empurrar, enquanto fazem chover propagandas e panfletos ilusórios sobre as cabeças dos perseguidos Pierres; e um gelado exército vermelho de armas defasadas se soma à força, seguidos por incontáveis contingentes de homens de pescoços vermelhos e uniformes verde-oliva, todos procurando no céu outro Enola Gay que voe em direção à resistência, todos empurrando a massa disforme enquanto arrastam carroções carregados de produtos chineses.

E Pedro acorda, encharcado e exausto, exatamente 30 minutos antes do horário usual do seu despertador tocar. O mal-estar que o acompanhava durante a noite anterior agora deu lugar a uma fome que desde muito tempo não aparecia nessas horas da manhã. No canto do quarto, repara nos apontamentos da aula que aprontou para o dia organizados na escrivaninha. Uma classe de alunos o espera, embora o sonho delirante não lhe saia da cabeça – enquanto empurram contra, forçam passagem e tentam destruir as conquistas e os direitos adquiridos, lutam seguidamente as novas gerações em busca de preservação, fortalecendo as antigas e construindo muitas novas barricadas.

de rendre à l’antique esclavage!

Rafael Dias Santos, 05/06/2014.

Inside Llewyn Davis

InsideLlewynDavis-DaveVanRonk_LlewynDavis

O mais recente trabalho dos irmãos Coen, Inside Llewyn Davis (2013), ficou bem interessante.

Contada de forma não linear e tendo como cenário o pulsante Village da Nova York do início dos anos 60, trata-se da história de Llewyn Davis – uma espécie de Sal Paradise do músico Dave Van Ronk, em busca do reconhecimento e da realização profissional através do folk; porém a falta de rumo e de dinheiro, alguns junkies, artistas concorrentes e até gatos (esses bichanos que ronronam), aparecem a todo momento na caminhada do herói.

Encontrei no filme uma celebração interessante e cheia de referências da cultura que emergiu daqueles bares de palcos abertos, que eram preenchidos por questionadores do estado de coisas que o período apresentava – bares que antes abrigaram os beatniks e sua verborragia, onde Allen Ginsberg, tal como na Six Gallery da San Francisco de 1955, fez a plenos pulmões a leitura do polêmico poema Howl, onde Kerouac de Ozone Park bebia e bebia e ouvia jazz e bebia; e onde então aconteceria um resgate da música tradicional daquela sociedade que começava a encarar alguns de seus fantasmas mais nefastos – o racismo e a segregação social escancarada, por exemplo. (há negros na narrativa?)

Bom divertimento!

 

 

Deux Chevaux

O cenário é o seguinte: um jornalista acostumado a disputar corridas e a fazer curvas no limite durante seus testes com carros esportivos nos mostra seu novo brinquedo. Citroen 2cv, seu sonho de infância, antítese de todos os carros que já mostrou em vídeo.

Chris, um dos integrantes do canal petrolhead Drive, do youtube,  apresenta e convida para um passeio no seu 2cv. Pouca velocidade, adrenalina e emoção; muitos detalhes e diversão.

Vai curtir a tua aposentadoria, mas não some do mundo.

Um dia te compro.

Como tantas outras crianças, aprendi a ler frases curtas um pouco antes do normal na caminhada escolar. Matemática até hoje não consegui, mas com palavras simples comecei a brincar cedo, sem muito acompanhamento.

Uma das coisas que lembro dessa época era a minha frustração ao tentar ler revistinhas. Como fui meio autônomo, não compreendia a convenção da leitura dos quadrinhos e tentava acompanhar a história no sentido vertical; desse modo, a menos que  a narrativa fosse muito óbvia, eu não compreendia – tempos depois lembro ter tido uma espécie de déjà vu ao pegar uma revista da Marvel e ficar perdido novamente.

“Como espetam as pontas das páginas do tempo (…)”, resmungaria Jack Kerouac em um dos seus romances*. É possível fazer uma relação interessante entre a lógica de uma história narrada com uso de imagens e a percepção da passagem do tempo que o artista tinha à época em que a criou.

Thompson, em Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial**, que ficaria popularmente conhecido como o “texto dos reloginhos”, aponta como se deu a grande revolução na percepção da passagem do tempo do século XIV em diante. Ele mostra como o relógio marcou uma transformação no cotidiano das pessoas: antes, num ambiente rural, suas atividades eram pautadas em ritmo próprio pelos trabalhos junto aos animais, pelo canto do galo, pela luz solar – nas cidades, o sino da igreja marcava uma forte referência temporal;  porém, com a popularização dos relógios, vieram novas referências que resultariam em uma vida regrada, no ritmo dentro da revolução industrial, nos prazos e no afastamento dos familiares – e o ponteiro dos minutos surgiria para atender a moderna necessidade de existirem mais “escalas” ao longo do dia.

As ilustrações nos códices e nos grandes afrescos medievais são ótimas fontes para observarmos essa transformação. Os artistas desse período gravavam as suas narrativa dentro de uma lógica própria.  Como ilustra abaixo a “Adoração dos Magos”, de Gentile da Fabriano (1370 – 1427), as ações se desenrolavam em uma grande “frame”, ou numa sequencia de imagens, onde é comum encontrarmos ao centro ou em tamanho destacado o personagem principal  em uma período marcante; ao passo que ao seu redor se desenrolam , sem ordem definida ou linear, outras etapas de sua vida e/ou da história contada.

Gentile_da_Fabriano_Adoration

Avançando no tempo, foi do estadunidense Richard Outcault (1863 – 1928) uma das primeiras histórias  montadas no modelo que seguimos atualmente. No final do Século XIX, esse artista aperfeiçoou suas tirinhas de jornal para um formato que cairia no gosto dos leitores e evoluiria para histórias maiores e mais complexas, que são tão populares na cultura contemporânea a ponto de influenciarem diferentes centros e migrarem para outras mídias, como o cinema, atingindo ainda mais pessoas.

yellowkidEste processo foi iniciado em uma imprensa que, assim como o relógio, marca muito particularmente a passagem do tempo  – quinzenal, semanal, diário – entre uma comunidade. Além de aproximar histórias e difundir pensamentos e sonhos, ela cria os laços traduzidos nos dramas, polêmicas e dificuldades comuns aos leitores dessa comunidade.

É necessário lembrar, também, que muito antes de tudo isso, as paredes de Lascaux já recebiam narrativas de caçadas e rituais – feitas aproximadamente 15.000 anos atrás, dentro de uma lógica totalmente distinta (e, nesse caso, acredito que original). As paredes dessas cavernas mostram como é humano o ato de criar uma arte para que outras pessoas entrem em contato com histórias, e também como é desafiante para seres de épocas diferentes as compreenderem totalmente.

Eu gosto de pensar que a audiência de Lascaux vivia no paraíso da ausência dos compromissos modernos, quase como eu há muitos anos atrás, quando pegava uma revistinha em quadrinhos apenas para tentar decifrar seus códices.

Ah, como espetam essas pontas das páginas do tempo…

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* Kerouac, em Os Subterrâneos.

** THOMPSON, Edward P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998

Esse texto foi construídos ao longo de meses, quando o tédio batie, e nasceu com forte influência da professora da UFRGS Cláudia Mauch.

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-inventou-a-historias-em-quadrinhos

72 Martini, Dry

A receita abaixo foi retirada do portal da Veja/SP. Segundo o sagaz barman Kascão, o caminho do coquetel perfeito passa por:

“3 gotas de vermute; 100ml de gim seco; Cubos de gelo e 1 azeitona verde com caroço. Encha uma coqueteleira com cubos de gelo e retire o excesso de água. Pingue três gotas de vermute, de preferência francês, e misture com uma colher. Em seguida, despeje na coqueteleira o gim seco. Mexa novamente durante dez segundos. Coe a mistura e despeje na taça própria de martini, que deve estar bem gelada.”

Acho que se eu tomar essa poção aí, algo estranho acontecerá nas minhas entranhas. Melhor evitar, abrir uma cerveja, e curtir um outro lado da história.

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1978 Porsche 935 Moby Dick_www.scorpiocars.net

O carro acima faz parte da minha infância. Eu tinha uma miniatura plástica linda, da Glasslite, com um avanço nos eixos que permita que ficasse em duas rodas (tal e qual o Herbie nos filmes).

Um pouco além do mundo lúdico, falamos do Porsche modelo 935, o “Moby Dick”. Lindo, esguio e com monstruosas rodas traseiras; carro que chegou apenas em oitavo na Le Mans de 1978.

Quanto ao meu brinquedo, eu sempre pensei que fosse Martini o nome do carro – como o Gol do avô ou o Chevette do pai, até compreender como as coisas funcionam.

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E hoje tivemos a confirmação da parceria entre Williams e Martini. Um resgate, um belo resgate, de duas mãos: por um lado daquilo que pintava as carenagens das pistas de anos atrás, do nosso Moco, por outro da grandeza desse time que teima e não se entrega.

Como não torcer para que as coisas voltem aos eixos na equipe do ídolo Frank?

WooW